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Se a moda pega...

Retirado de www.ojogo.pt

Pequenos clubes, grandes exemplos: a Naval tem a possibilidade de se tornar, em breve, um caso exemplar de combate à discriminação de género, quando terminarem as férias de Emanuel Alves, o enfermeiro do plantel sénior que, há cerca de um mês, comunicou ao presidente Aprígio Santos que se preparava para dar um dos passos radicais de que é feito o processo de mudança de género, e que consiste em assumir-se como mulher. Ema Alves está ainda em convalescença da cirurgia estética a que se submeteu e prestes a regressar ao trabalho no Hospital da Figueira da Foz, onde, dos companheiros de serviço à Administração, recebeu total apoio. No clube, não se sabe ainda como será. Quando, anteontem, contactou o presidente, foi-lhe dito que continua de férias, o que mantém a esperança do regresso a um complemento da actividade profissional, que abraçou, há seis temporadas, e a cativou para o futebol, mas também o receio de que esta porta se lhe feche.

Enquanto, na Figueira da Foz, a história da mudança de género de Ema se espalhou como um escândalo, nalguns casos com rocambolescos exageros - como o de que, a partir de uma composição de fotografia digital, a que se dedica, estaria ligada a uma seita satânica -, esta fez o que se propusera: viajou para Espanha, onde se submeteu a uma cirurgia que a mostra, finalmente, como é, como sempre se sentiu: uma mulher. Neste caso, uma mulher que poderá acrescentar a lista das que, nos últimos anos, foram entrando, com naturalidade, no, até há poucas décadas, quase absolutamente masculino mundo do futebol, onde já deixou de ser novidade as equipas serem acompanhadas por profissionais da área da saúde do sexo feminino.

Ema, que a partir do banco de suplentes e do departamento médico viu a Naval subir ao primeiro escalão e aguentar-se entre os principais clubes, desde há seis temporadas, recorda-se que, no início, o convite para trabalhar no futebol a surpreendeu. A modalidade não lhe dizia nada. Hoje, é diferente. "Comecei a gostar, e nunca mais quis sair de lá". O profissionalismo e a disponibilidade de Ema, então Emanuel, cativaram com naturalidade as sucessivas equipas do clube que também a conquistou a ela. No José Bento Pessoa, ninguém se apercebeu, jamais, do conflito em que vivia - quando nos colocamos nas mãos de um enfermeiro, é em nós próprios que nos concentramos. Por agora, será difícil não reparar na mudança do aspecto da que, para o que der e vier, é Ema, mulher e profissional de enfermagem: "É o meu trabalho, não fiz mal a ninguém. Só quis ser eu".

posted by mozdn @ 11:59 da tarde,

1 Comments:

At 2:21 da manhã, Blogger PETZL said...

Lol!

 

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